terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

PAZ



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BSGI

Os textos contidos neste blog foram retirados do site da BSGI

Origem

Origem

A essência da filosofia da SGI baseia-se no conceito de "revolução humana", em que, por meio da reforma interior, o indivíduo torna-se capaz de desenvolver a sabedoria para compreender a relação que possui com o meio em que vive. A partir desta compreensão, ele gera condições para a transformação de seu destino, além de contribuir para a criação de um mundo mais pacífico. Este enfoque filosófico origina-se nos históricos ensinos do Buda Sakyamuni, o fundador do budismo.

Buda Sakyamuni

Sakyamuni viveu na Índia há aproximadamente dois mil e quinhentos anos. Em sua juventude, conhecido como Siddhartha Gautama, dedicou-se a encontrar uma solução para o sofrimento fundamental da existência humana. Durante cinqüenta anos, ensinou aos seus discípulos como atingir o "estado de Buda", uma condição de vida caracterizada por uma total liberdade interior, sabedoria ilimitada, compaixão e benevolência infinitas. Este ensino está contido no Sutra de Lótus. Sakyamuni afirma que a vida cotidiana nos oferece a oportunidade para realizarmos uma reforma interior e assim manifestar esse imenso potencial inerente a ela. Revela também que todo indivíduo, sem nenhuma distinção de classe social, econômica ou nível educacional, pode manifestar o "estado de Buda".


Sutra de Lótus e Mapa da Expansão do Budismo






Com o passar dos anos, esses ensinos foram propagados por toda a Índia e pelo continente asiático, chegando ao Japão no século VI. Neste país durante alguns anos os ensinos eram inacessíveis às pessoas comuns devido ao regime da época. Com o declínio da aristocracia, novas formas mais populares de budismo começaram a surgir. Uma delas foi o budismo fundado por Nitiren Daishonin, que viveu no Japão de 1222 a 1282. Este budismo reconhece e enfatiza a supremacia do Sutra de Lótus sobre os outros ensinos budistas.

Lei da Causualidade



A lei da causalidade

O budismo ensina que a felicidade humana baseia-se na Lei de Causa e Efeito. Diferentemente do conceito de causalidade nas ciências naturais e sociais, o princípio budista de causa e efeito considera em primeiro lugar a vida da pessoa.

Suponhamos que um aluno estude bastante para um exame e passe com notas altas. O estudo aplicado é a causa e ser aprovado, o efeito. Mas há sempre algum meio que liga a causa ao efeito, e neste caso o meio é o ato de prestar o exame. Tal meio funciona de duas formas: produz um efeito e contribui para formar uma nova causa. No entanto, a mesma quantidade de esforço não necessariamente leva aos mesmos resultados. Alguns estudantes têm naturalmente boa memória, ao passo que outros tendem a esquecer as coisas rapidamente. A questão mais importante é o que produz essas diferenças entre os indivíduos. O budismo atribui a causa ao modo de vida nas existências anteriores. A individualidade e as habilidades naturais são os efeitos das causas realizadas em existências anteriores.

Neste sentido, o budismo é muito diferente da doutrina de algumas religiões ocidentais que sustentam que um ser transcendental predetermina o curso de vida das pessoas neste mundo. O budismo afirma que cada indivíduo é responsável por seu próprio destino e tem ao mesmo tempo a prerrogativa para mudá-lo para melhor e desenvolver seu caráter no futuro. Isso significa que a pessoa com memória fraca não tem de se resignar ao seu destino. Se sabe de seu ponto fraco, pode iniciar os preparativos para um teste bem antes dos outros para que possa memorizar completa e eficazmente as matérias. Assim, poderá superar sua desvantagem. Em vez de depender de sua memória fraca, pode compensá-la aumentando sua compreensão. Estando ciente de seus próprios potenciais, fraquezas e inclinações, é possível desenvolver os pontos fortes e melhorar os fracos. Esta é a maneira correta de superar as limitações do destino. Mesmo assim, deve-se ter força suficiente para desfrutar a liberdade fazendo com que a Lei de Causa e Efeito atue em benefício próprio.

Nitiren Daishonin elucidou a forma de aumentar a própria energia vital e sabedoria para poder atingir a liberdade que está muito além do que se pode atingir apenas com um esforço consciente. Uma vez que o destino é o produto, ou o efeito, dos esforços passados determinados pela lei da causalidade, não se pode evitar seus efeitos. Contudo, a pessoa não deve se resignar. Se permanecer firme no leito do rio da vida, a Lei Mística, que é a entidade da vida, e não apenas as torrentes do carma, ou destino, podem conduzi-lo. Estabelecendo uma base inabalável, pode-se obter a liberdade de agir de acordo com a própria vontade.

Texto extraído do livro "Fundamentos do Budismo", Editora Brasil Seikyo, © 2004. Direitos reservados. É proibida a reprodução de texto e imagens contidos nesta publicação

Felicidade



O significado da felicidade

Quando as necessidades ou desejos de uma pessoa são realizados, ela sente felicidade, mas a simples realização dos desejos não pode sustentar este sentimento de felicidade. Mesmo apesar de não estar totalmente satisfeita com sua vida atual, pode sentir que é mais feliz do que antes. Porém, ninguém é continuamente feliz. Por melhor que seja a situação, há também momentos ruins.

Tal felicidade é essencialmente relativa. Uma felicidade mais profunda e duradoura não depende do objeto do desejo ou da necessidade, nem do próprio passado, nem da vida do vizinho, tampouco de qualquer outro fator externo. O principal ingrediente para essa felicidade encontra-se na própria vida. A felicidade está diretamente relacionada ao grau em que se pode extrair a própria força vital e à esperança no futuro. De maneira contrária, se uma pessoa não tem essas qualidades, ela compara o seu presente com o passado ou com o seu ambiente. A felicidade por comparação é, na verdadeira essência do termo, a “felicidade relativa”.

Para compreender a diferença que pode fazer a própria força vital, imaginemos dois alpinistas. Escalar um pico escarpado infligiria uma dor insuportável a uma pessoa comum, mas pode proporcionar um prazer inesquecível a um alpinista. Quanto mais alto, escarpado e difícil for o penhasco, maior a alegria e satisfação de desafiá-lo e conquistá-lo. As dificuldades na vida são como uma montanha escarpada. Se a pessoa encontra a felicidade apenas no conforto, evitará muito do que vale a pena na vida. Tal atitude é essencialmente negativista e escapista. Quando chegamos a tal ponto, o conforto é um período de descanso e não é acompanhado por uma grande dor nem por uma profunda alegria.

Todas as atividades humanas objetivam a felicidade. O budismo, assim como as outras religiões, ensina às pessoas como viver para conquistarem uma vida feliz. No entanto, muitas religiões encorajam seus crentes a orarem para que algo místico, uma força transcendental, elimine os problemas da vida. Então, se as pessoas são religiosas ou não, também tentam com freqüencia evitar as dificuldades e os problemas. O budismo mostra o caminho para uma nova vitalidade e uma profunda sabedoria, ensinando que os seres humanos devem inspirar-se a desafiar, e não a evitar, quaisquer dificuldades que enfrentarem e transformá-las em felicidade com o desenvolvimento de sua própria força vital. Superar o sofrimento em vez de fugir dele é uma atitude criativa de desafio e coragem, e é essa atitude que leva à felicidade absoluta.

Texto extraído do livro "Fundamentos do Budismo", Editora Brasil Seikyo, © 2004. Direitos reservados. É proibida a reprodução de texto e imagens contidos nesta publicação

Budismo de Nitiren Daishonin



O Budismo de Nitiren Daishonin

Nitiren Daishonin nasceu em 16 de fevereiro de 1222, na vila de Kominato, Província de Awa, na atual Província de Tiba. Ao contrário de Sakyamuni, que foi filho de rei, os pais de Nitiren Daishonin eram pescadores. Naquela época, os pescadores e caçadores eram desprezados porque sua sobrevivência envolvia tirar a vida. As circunstâncias de seu nascimento são muito significativas, pois indicam o princípio budista da igualdade máxima de todas as pessoas, independentemente de sua posição social ou de outros critérios superficiais.

Ele recebeu o nome de Zenniti-maro e viveu na vila de pescadores até 1233, quando, aos doze anos1, deixou o lar para estudar o budismo e outros ensinos seculares em um templo próximo de onde morava, chamado Seityo2.

Em seus estudos, percebeu várias contradições entre os ensinos budistas; também determinou encontrar uma resposta para os problemas da transitoriedade da vida humana, com a qual estava profundamente preocupado. Nessa época, orava diante de uma estátua do Bodhisattva Kokuzo (Repositório do Espaço) consagrada no templo Seityo para se tornar o homem mais sábio do Japão. Graças a essas orações, obteve uma “jóia da sabedoria” que posteriormente possibilitou-lhe compreender a essência de todos os sutras. Após muito estudo e contemplação, compreendeu a natureza da realidade máxima da vida e do Universo. Considerando seu despertar como ponto de partida, determinou prosseguir nos estudos para apresentar suas idéias de forma sistemática.

Em 1237, tornou-se sacerdote budista e adotou o nome Zesho-bo Rentyo. Em 1242, após ter passado alguns anos em Kamakura — o centro do governo japonês na época — para dar prosseguimento aos seus estudos, retornou para o templo Seityo. Sentindo uma urgente necessidade de continuar os estudos, no mesmo ano partiu para Quioto e Nara, os dois centros do budismo tradicional no Japão. Permaneceu ali até 1253, quando sentiu ter descoberto o que buscava havia tanto tempo: provas documentais irrefutáveis de que as doutrinas de várias seitas não se baseiam de fato nos ensinos do fundador do budismo e que os verdadeiros ensinos do budismo são encontrados apenas no Sutra de Lótus.

Retornando ao templo Seityo, convicto de que havia chegado a época de revelar suas descobertas aos outros, Nitiren recitou o Nam--myoho-rengue-kyo pela primeira vez na manhã de 28 de abril de 1253 — apresentando dessa forma a toda a humanidade, a todas as gerações vindouras, o caminho direto para a iluminação. Ele declarou então que nenhum dos ensinos pré-Sutra de Lótus revelavam a iluminação do Buda e que todas as seitas budistas que se baseavam nesses ensinos eram desencaminhadoras. Adotou também o nome Nitiren.

Niti, de Nitiren, significa o sol ou a luz lançada pela sabedoria de Nitiren Daishonin a todo o mundo para eliminar a obscuridão que aflige a humanidade. Ren significa lótus e indica que Nitiren Daishonin apareceu no mundo corrupto e dominado pela discórdia para fazer com que as belas e puras flores da sabedoria e da cultura desabrochassem no coração perturbado de todas as pessoas. Ren também significa a lei de causa e efeito que atua nas profundezas da vida. E faz parte do título do Sutra de Lótus, Myoho-rengue-kyo.

Tendo fundado os verdadeiros ensinos do budismo e iniciado sua propagação, Daishonin encontrou as mais duras perseguições, tanto das seitas budistas populares daquela época como das autoridades governamentais, que protegiam essas seitas e confiavam em suas orações para que findassem os contínuos desastres naturais que ocorriam naquele período.

Nitiren Daishonin passou mais de duas décadas ensinando às pessoas sobre o budismo e advertindo o governo — para que os líderes levassem a paz à nação aceitando os verdadeiros ensinos do budismo. Durante esse período, ele sobreviveu a dois exílios, uma tentativa de execução, uma emboscada e numerosas tentativas de colocarem-no em descrédito. Por fim, em 12 de maio de 1274, Nitiren Daishonin deixou Kamakura e partiu para um local remoto no Monte Minobu onde deu continuidade ao estágio final de suas atividades.

Nesse local, Nitiren Daishonin inscreveu em 1279 o Daiohonzon — o objeto de devoção para toda a humanidade. Já nessa época, havia discípulos e seguidores desejando arriscar a vida para abraçarem e propagarem o Nam-myoho-rengue-kyo. Ele estava convicto de que aqueles crentes decididos protegeriam seu ensino para toda a posteridade.

Três anos depois, na manhã do dia 13 de outubro de 1282, Nitiren Daishonin faleceu pacificamente na residência de um seguidor onde hoje se localiza a cidade de Tóquio.

Podemos definir seu papel na corrente do pensamento e da história budista da seguinte forma: Nitiren Daishonin foi o Buda que despertou para a verdade suprema da vida desde o infinito passado; isso aconteceu em um passado incalculavelmente distante antes de o Buda Sakyamuni ter atingido sua iluminação no passado longínquo chamado Gohyaku-Jintengo. Nitiren Daishonin definiu essa verdade como Nam-myoho-rengue-kyo e incorporou-a no Gohonzon.

O Sutra de Lótus prediz que quando chegassem os Últimos Dias da Lei, os Bodhisattvas da Terra apareceriam para levar a salvação a toda a humanidade. Jogyo, o líder desses bodhisattvas, é Nitiren Daishonin.

Por ter atingido a iluminação por si só — com sua própria compreensão — e por ter revelado a verdade fundamental da vida, Nitiren Daishonin é chamado de Buda original. E pelo fato de ter manifestado a benevolência própria a um bodhisattva ao propagar o ensino máximo do budismo na sociedade, levando as pessoas à iluminação, ele é identificado como Bodhisattva Jogyo.

Texto extraído do livro "Fundamentos do Budismo", Editora Brasil Seikyo, © 2004. Direitos reservados. É proibida a reprodução de texto e imagens contidos nesta publicação